quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Um amigo

Medos estranhos não faltam na vida. Ouvi inúmeras coisas: medo da morte, de si próprio, dos que estão à volta, de agir... Enfim. Mas chegou-me aos ouvidos o medo mais estranho de todos. Medo de sonhar. Um medo que apenas se deve recear tê-lo. Medo, que vindo de um amigo é assombroso. Acho que muitas das pessoas que sonham, gostam de o fazer. Conheci até quem planeasse o futuro, conforme o sonho de ontem. Mas nunca quem tivesse medo de sonhar. Pareceu-me que, quando o ouvi contar-me o seu medo, vi metade da sua alma cair no chão e ser pisada pelos seus próprios passos. Enjoei-me de tal maneira, que me vi mudar de cor nos seus olhos medrosos. Encostei-me à alma e sonhei que era eu que me amedrontava com o sonho. Quase me deixei cair. Continuei a ouvi-lo. Ele tinha medo que o seu sonho retrata-se algo de que não gostava, e que perdesse uma noite de bom sono, por imaginar algo desagradável. Apenas lhe disse: Sem sonho, não há vida. E se sonhas a morte, sonha-a vivendo.

3 comentários:

Vanquish disse...

"Sem sonho não há vida." E sabes uma coisa? Tens toda a razão.
Gostei de ler!

Abraço

Carlos Lopes disse...

Grande texto. "Apenas" mais um grande texto !!!

Anónimo disse...

Ponto,
Sem sonho não há mesmo vida!
Tu foste um grande amigo com o pouco MUITO que lhe disseste! Ele há-de lembrar-se disso.
:)
Beijinhos